quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

PERÍODO DE INCERTEZAS





Uma das características da história é a sua irrepetibilidade. A cultura, antes tribal, depois restrita aos impérios regionais, com a internet, de fato se globaliza. Os povos árabes tem fome não só de liberdade da opressão presente, mas também da opressão religiosa. A revolução islâmica sofre cataclismas em seu interior. Se não fosse pela brutal repressão da teocracia, possivelmente o regime islâmico do Irã seria derrubado. Aliás, a base mais sólida do governo está nas aldeias, que são os grotões de lá. Que passaram a ser mais assistidas com a tomada de poder pelos aiatolás. O velho e carcomido Xá, Reza Parlevi, desprezava estas regiões. As revoltas, desde tempos imemoriais, acontecem, claro, nas grandes cidades, e o fenômeno da urbanização é mundial, desde o nascimento e expansão do velho capitalismo. Justamente, na segunda metade do século XX o fenômeno se irradiou na periferia do sistema. E a revolução das informações fez o resto, afinal, ninguém quer voltar ao feudalismo, ou mesmo o velho patriarcalismo. Em outras palavras, os jovens mulçumanos querem, ao que parece, modernidade. Inserção na aldeia global. Queiram ou não os reacionários de todo o planeta, isso veio para ficar. Aliás, é muito difícil manter regimes fechados com o avanço dos meios de comunicação, como a TV e a internet. Se conseguirem formalizar governos republicanos, separando religião de governo, o oriente também poderá ser democrático, mostrando ao mundo a exuberância de sua milenar cultura, que tanto contribuiu para o próprio desenvolvimento cultural do ocidente até meados do século XV. Vamos acompanhar atentamente o desenrolar dos acontecimentos, pois cada país é diferente, e paira sempre no ar a ameaça do fundamentalismo religioso, uma tremenda regressão histórica. Ademais, quem, disse que a história anda sempre para frente? As regressões históricas também fazem parte da aventura humana na terra. Quem duvida?



CONFUSÃO GERAL



No momento, nas revoltas nos países mulçumanos, ninguém sabe quem é quem. Ou seja, quais os principais atores no cenário das mudanças necessárias. No Egito, o exército segura a barra. Na Líbia não tem nenhuma força organizada, e as revoltas vem das periferias das cidades e das aldeias. Os fundamentalistas estão à espreita. E se o movimento descambar para a Arábia Saudita? Ninguém sabe, ninguém pode prever. Os Estados Unidos, mantenedores destas ditaduras, tendem a acompanhar o processo apostando agora em reformas democráticas e constitucionais. Mas foram eles os apoiadores destes regimes, daí sua impopularidade na região. Agora o Egito permitiu ao Irã fazer manobras no Canal de Suez, permissão antes negada. Uma vitória dos fundamentalistas faz arrepiar os cabelos de todo o mundo. Como se comportará Israel, completamente isolado? Mais do que já está?

2 comentários:

  1. TODO GROTÃO É BOM PARA SAFADOS E CORUPTOS, VEJA SÓ AKI CAETÉS...
    FARRAS COM DINHERO, POVO TROXA, MASSA BURRA DMAIS.
    ISSO FAZ BEM AOS POLITICOS NÃO É?

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  2. Muitas vezes as pessoas não medem as palavras para comentar nos blogs " quem muito fala o que quer escuta o que não quer"

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